A série Fé-bre, Rasuras Tristes, explora, através dos diversos tons de preto, em imagens expressionistas, sentimentos de conflito existencial negados socialmente. Traz uma reflexão sobre injustiça, impotência, egoísmo, desprezo, agonia, dor, carência, incompreensão, descrença, violência e morte.
O objetivo das imagens é iluminar através do contraste de emoções, do impacto, do escuro, da deformação emocional, das sombras, texturas pesadas, da melancolia e de imagens, por vezes, sobrenaturais. Colocar o espectador de frente com essas "fraquezas" e inquietudes, para vivenciar o desconforto trágico que todos são passiveis de sentir ou sofrer, para desfragmentar a realidade. É um convite para sentir febre diante do espelho.
As imagens foram produzidas, utilizando recursos digitais e analógicos na sua construção. Impressão de negativo sobre acetato com sobreposição de camadas e interferências com tinta, água, pincéis, raspagem com lâminas e outros materiais para conseguir densidade nas texturas e criar o ambiente tenebroso e misterioso das ilustrações fotográficas.
A idéia de utilizar o trabalho artístico com parte do processo de cura, veio após um workshop com o fotógrafo americano Joel-Peter-Witkin.